Noventa anos de frases

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O político trabalha para todos

É com humildade que eu tenho dito, e repito, que preciso cada vez mais do apoio e da coesão de todos, que como políticos temos a missão mais alta dentro da sociedade. Porque se os outros têm que trabalhar para assegurar os seus objetivos pessoais, nós políticos somos aqueles que, dentro da sociedade, trabalhamos para todos. É a definição que eu li, quase desapercebidamente colocada nos Autos da Devassa da Inconfidência, quando se armou uma farsa para mostrar que Tiradentes estava conspirando, conspiração que ele fazia pela independência do Brasil. Chega disfarçado um oficial do Rei, para mostrar que ele estava conspirando, e diz: «Eu aqui estou para trabalhar para ti». E ele responde: «E eu aqui estou para trabalhar para todos». Discurso em Ribeirão Preto – 27.2.86

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Poder nada, espírito tudo

Algum dia, um estudante em tese de mestrado descobrirá o orgulho escondido desta noite em que o Presidente do Brasil viveu as alegrias da generosa alma lusitana. O poder era nada, o espírito era tudo, e se for pouco é grande. Se for grande é glória. Discurso em Lisboa –5/5/1986  

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Crise de caráter e de conduta

Estamos com a impressão de que o atual sistema eleitoral-partidário chegou ao fim. Apodreceu. Não pode sobreviver. Não temos o direito de deixar que sobreviva. Ele, sem nenhuma dúvida, tem responsabilidade sobre os males que atravessamos, sobre a qualidade de recursos humanos que surgiram na vida partidária. Que aqueles que denegaram os valores da política sejam punidos e afastados da vida pública. Nada de contemplações nem acomodações. Mas não podemos dar absolvição às instituições políticas que produziram um caldo de cultura que permite o desmoralizante abuso do poder econômico, o uso de métodos e procedimentos que viciam e corrompem a vida pública. Nestes sombrios dias em que se discutem os valores morais da política, em que atravessamos uma crise de caráter e de conduta, que Minas Gerais seja uma prece de esperança, de renascimento, na evocação de Juscelino Kubitschek, que foi uma luz de otimismo, de perseverança, de obstinação, de

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Todo homem é um político

Todo homem, por força de sua condição social, é necessariamente um político, tanto por querer influir na comunidade a que pertence quanto por defender essa comunidade. Ninguém se dissocia desse modo de ser, tão antigo quanto o próprio homem. É consubstancial à natureza humana. A ordenação política é uma luta permanente entre duas tendências: a tendência que leva à ordem, pela disciplina autoritária e vigilante, e a disciplina que freqüentemente se rompe, para que o processo social se revitalize, buscando formas de existência e afirmação. Uma, restringe a liberdade; a outra tende a ser caudal que abre a barragem e inunda o chão em seu redor. A melhor solução é a conciliação da disciplina com a liberdade. Com a liberdade de romper a sociedade organizada, pela sincronia dos opostos, sem prejuízo da plenitude da liberdade – a liberdade de opinião, da renovação, da proposta, da experiência válida, em consonância com

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Partidos verdadeiros

Os verdadeiros partidos não são apenas aqueles que eventualmente conheceram o êxito da democrática disputa pelo voto. São, sobretudo, os que, alcançando o poder, tornam-se capazes de colocá-lo em sintonia com a sociedade, transformando-o em instrumento de modernização não só do Estado, mas da própria sociedade. Discurso no Palácio do Planalto — 28/8/1986

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Voto Partidário

Creio que também é necessário, na próxima eleição, acabarmos com o voto pessoal e adotarmos o voto de lista. Sei que isso é algo contraditório, a que muitos são contrários, mas tenho o dever de expor o meu ponto de vista. Este é o momento de cauterizarmos a ferida que está sangrando, e temos de cauterizá-la imediatamente. Temos de tomar medidas heroicas; a do voto partidário, sem dúvida, é uma delas. Não é uma solução definitiva, mas de transição, até que se decida por um sistema melhor. Discurso no Palácio do Planalto — 28/8/1986

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Participação e Transição

Mas a transição maior foi aquela que não se vê e é mais profunda: a mudança da sociedade brasileira. Esta era profundamente elitista, as decisões restritas a um núcleo pequeno e privilegiado. As classes trabalhadoras não tinham voz. Havia mesmo uma escala de gradação nos segmentos sociais, uma espécie de castas. Tudo mudou. Hoje, os patrões sabem que somos uma democracia, na qual o seu empregado não é mais o servo que trabalha e dele depende. Ele tem sua própria força, de suas organizações, de sua identidade. Não só a classe trabalhadora, mas o povo todo, nos seus diversos segmentos, se organizou, tomou consciência dos seus direitos e influi nas decisões. Tudo isso foi possível graças ao poder criativo da liberdade. Ela estimulou e criou uma sociedade participativa. Folha de S. Paulo — 28/10/1994

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